Nas lagoas do CNF, Pesque e Solte é garantia de lazer, diversão e esporte
Maria do Carmo de Castro Santana, aposentada e condômina do CNF há 10 anos se diz uma grande amante de pescaria e, como toda boa pescadora ela também tem várias histórias para contar. "Uma vez pesquei um Dourado enorme, bem grande, em uma das lagoas do CNF e todos que estavam comigo queriam ver, tocar e ajudar a segurar o peixão que se debatia nas minhas mãos. Resolvi soltá-lo no asfalto e todos puderam ver de pertinho e tocar nele. Foi uma alegria geral, uma festa com gritos de satisfação, olhares de incredulidade e muitas risadas. No final da pescaria o Dourado foi mesmo é para o forno da minha casa e todos puderam provar e se deliciar com a refeição especial", relembra Carminha, como é conhecida no condomínio.
Com o fim da Piracema, medida que visa a conservação dos ecossistemas aquáticos, o CNF liberou, nas suas lagoas, a temporada de pescaria para todos os condôminos, principalmente aqueles que adoram a prática, no modelo Pesque e Solte. Traduzida do Tupi, o significado de Piracema é a "subida dos peixes" e acontece quando os cardumes nadam contra as correntes para realizarem a desova e se reproduzirem. O período começou em 1º de novembro de 2023 e seguiu até 28 de fevereiro de 2024, quando a pesca em lagos e rios fica proibida. Para os apaixonados por uma pescaria, seja por diversão, lazer, esporte e, atualmente, para clicar as famosas selfies, a temporada é uma excelente oportunidade de encontros em famílias e com amigos sempre com muita alegria e brincadeiras. Mas claro, para participar é preciso observar e cumprir as normas estabelecidas pelo CNF, divulgadas em suas redes sociais.
Carminha diz que quando resolve pescar, junto com sua irmã, chega na lagoa sempre às 8hs e só volta para casa com o dia escurecendo, por volta das 19hs. Ela gosta de pegar o peixe, tocar nele e soltar. "Gosto de aproveitar ao máximo o dia de pescaria. Levo tudo que preciso: comidas, bebidas e o que for necessário", diz ela. De acordo com Maria do Carmo, ela foi criada na região da Usina Hidrelétrica de Três Marias e passou a infância junto a água e peixes. "Mas tenho consciência e sei que os peixes pequenos precisam ser devolvidos para a água, para manter o equilíbrio dos ecossistemas e proteger a reprodução e a população das espécies nativas", declara a aposentada.
Outro apaixonado por pescaria no CNF, Mauro de Castro Santa, também aposentado e condômino desde 1995, como Carminha também foi criado em região de hidrelétrica, na cidade de Ponte Nova, na região do Rio Ipiranga. "Por volta de 2009 eu adorava ver a grande quantidade de dourados se debatendo na lagoa principal do CNF. Eram tantos que seus movimentos chegavam a jogar a água para fora da lagoa", conta Mauro. Ele diz que adora pescar, respeita as normas do condomínio e também tem consciência ecológica e, quando pesca peixe pequeno e nobre, devolve para a lagoa. "Eu acho que a Diretoria do CNF poderia pensar em fazer um estudo, um levantamento para colocar nas lagoas uns 200 ou 300 peixes e organizar um torneio de pescaria, com normas é claro, mas com troféu, comidas e bebidas, uma festa divertida da pescaria. As pessoas iriam se divertir bastante", sugere Mauro.
Para validar os seus objetivos, o modelo Pesque e Solte deve ser praticado com anzol de farpa, contenção com alicate e liberação dos peixes sem provocar fadiga excessiva, garantindo que os animais manuseados sobrevivam ao serem recolocados na água. O benefício da modalidade vai além do lazer e diversão, porque é também uma forma de preservação do meio ambiente e dos peixes que continuarão no habitat natural. De natureza inicial amadora, o Pesque e Solte surgiu há mais de um século, provavelmente no Reino Unido, e se espalhou pelo mundo. No começo a atividade não era uma estratégia de conservação dos estoques pesqueiros nem de conservação e preservação ambiental, mas sim como uma forma de descarte de peixes de menor interesse recreativo. Atualmente, esse tipo de pesca vem se difundindo no Brasil como uma atividade de grande interesse turístico ou de lazer, chegando a contribuir para movimentar a economia de pequenas cidades.